Discussões acaloradas sobre aumento de subsídios mobilizam vereadores em Barretos

 Discussões acaloradas sobre aumento de subsídios mobilizam vereadores em Barretos

As redes sociais foram palco de intensos debates entre vereadores de Barretos sobre o aumento de subsídios de agentes políticos municipais. A polêmica gira em torno do Projeto de Lei 273/2024, em tramitação na Câmara, que busca corrigir a legislação vigente após apontamentos da Procuradoria-Geral de Justiça sobre sua constitucionalidade.

O vereador Luís Paulo Vieira, o “Lupa” (REP), publicou um vídeo em suas redes no sábado (23), esclarecendo que o projeto visa incluir o impacto orçamentário na lei aprovada em 2023. “Não existe aumento, mas sim uma reposição salarial que ocorre em diversas categorias”, afirmou. Ele também destacou que a medida é uma exigência do Tribunal de Justiça para evitar a anulação da lei.

Já o vereador Rodrigo Malaman (PP) contestou a iniciativa, chamando-a de “manobra para manter o reajuste”. Segundo ele, a correção da lei anterior não é apenas uma adequação técnica, mas uma tentativa de legitimar o aumento dos vencimentos. “Chega de enganar a população com fake news. Vou peticionar o processo e pedir a improbidade de todos que assinarem e votarem favoravelmente ao projeto”, declarou Malaman.

Entenda o contexto

Em 2023, a Câmara de Barretos aprovou uma lei para reajustar os subsídios de vereadores, prefeitos e secretários, mas o Tribunal de Justiça apontou sua inconstitucionalidade por falta de um anexo demonstrando o impacto orçamentário. Para atender à exigência do Ministério Público, a Mesa Diretora apresentou o projeto atual, incluindo o impacto financeiro e adequando a norma à Lei Orgânica Municipal.

O presidente da Câmara, Luís Paulo Vieira, explicou que a questão é formal e busca atender à Constituição. “O subsídio deve ser fixado por resolução, não por lei”, destacou, citando decisão do Procurador-Geral de Justiça, Mário Sarrubo.

Impacto financeiro e novos valores

Caso o projeto seja aprovado, os novos subsídios passarão a valer em 1º de janeiro de 2025. O impacto mensal para os cofres públicos será de R$ 103.094,41, totalizando R$ 1.368.874,70 por ano.

  • Prefeito: de R$ 22.918,04 para R$ 31.232,11 (39% de aumento).
  • Vice-prefeito e secretários: de R$ 10.185,79 para R$ 13.880,93 (36% de aumento).
  • Vereadores: de R$ 6.484,00 para R$ 11.751,85 (81% de aumento).

Justificativas e críticas

A Mesa Diretora defende que o reajuste é uma reposição inflacionária baseada nos índices acumulados entre 2017 e 2023, destacando que a inclusão do impacto orçamentário visa dar transparência ao processo. Entretanto, opositores, como Rodrigo Malaman, afirmam que o aumento é desproporcional e poderia ser considerado uma afronta à população.

A tramitação do projeto promete novos capítulos, com o debate ganhando força dentro e fora do plenário. Enquanto isso, a sociedade aguarda desdobramentos que podem definir o futuro do Legislativo municipal e seus representantes.

Igor Sorente

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