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Cigarro eletrônico: o consumo da “vape” aumenta as chances de câncer e outras doenças
Hoje é muito comum encontrar em festas, baladas, bares e restaurantes um grupo de jovens sempre com um cigarro eletrônico na mão. As chamadas “vape” tomaram conta do gosto e do consumo desse tipo de substância. Mas isso trouxe à tona uma questão de saúde importantíssima: o aumento das chances desses fumantes desenvolverem um câncer, até 20 anos antes dos flamantes do cigarro tradicional. Engana-se quem pensa que esse tipo de cigarro eletrônico é inofensivo e não causa males à saúde. O resultado, inclusive a curto prazo, pode ser fatal.
Uma pesquisa americana, publicada no “World Journal of Oncology”, analisou dados sobre os tipos de câncer, período de diagnóstico e consumo do “vape”. O vapor dos cigarros eletrônicos é carregado de substâncias cancerígenas. Pessoas que consomem o cigarro eletrônico foram diagnosticadas com câncer aos 45 anos, em média, enquanto essa idade para os fumantes tradicionais é de 63 anos. Além disso, os tumores são diferentes entre esses dois grupos, sendo que os adeptos da vape desenvolveram tumores na cervical, pele, tireoide e leucemia. Esse tipo de cigarro ainda pode causar outras doenças como asma e enfisema pulmonar.
Também há indícios de que o consumo da vape causa alterações estruturais nos vasos sanguíneos, aumentando o risco de doenças cardiovasculares. Os maiores males ainda não puderam ser medidos por meio das pesquisas, pois exigem uma análise a longo prazo e o consumo do cigarro eletrônico da forma como vemos hoje é relativamente novo. Infelizmente, temos uma geração de jovens cada vez mais preocupados com os prazeres momentâneos e cada vez menos pensando na saúde e na longevidade. Viver com saúde no futuro requer atitudes que precisam ser tomadas agora.
Uma coisa é certa: a conta chega e a falta de disciplina e hábitos saudáveis pode cobrar muito caro no futuro.
Dr. Jorge Rezeck
Médico no Hospital São Jorge e Clínica Unique.
Membro titular da Sociedade Brasileira de Clínica Médica.