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Covid-19: Médicos alertam sobre falta de vacinas, e doença registra mais de 5 mil mortes no ano, segundo O Globo
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) destacou que a quantidade de vacinas contra a Covid-19 adquiridas pelo governo em 2024 foi insuficiente para abastecer os postos de saúde, agravando a situação de baixa cobertura vacinal. Campanhas de comunicação consideradas ineficazes pela entidade também não conseguiram elevar os índices de vacinação, que estão em declínio após o pico da pandemia.
De acordo com o levantamento da SBI, até agora em 2024, a Covid-19 foi responsável por 5.160 mortes no Brasil, mantendo-se entre as doenças infecciosas mais letais do país, ao lado da dengue, que registrou 5.219 óbitos até o final de agosto. Mesmo com a diminuição dos números em relação ao período crítico da pandemia, o cenário ainda preocupa.
O presidente da SBI, Alberto Chebabo, alertou para a escassez de vacinas nos postos de grandes centros urbanos, com estoques insuficientes para atender à demanda, que, embora baixa, ainda necessita de maior suporte. Segundo o Ministério da Saúde, a cobertura vacinal para a vacina bivalente, que protege contra duas cepas do vírus, está em apenas 21,6%, e a monovalente, em 19,3% da população, índices considerados insuficientes para evitar novas epidemias.
Outro ponto de preocupação é o aumento recente no número de mortes pela doença. Só na terceira semana de setembro, foram registrados mais de 300 óbitos. “Está faltando vacina”, afirmou Chebabo, que relatou falta do imunizante em várias capitais. Segundo ele, o problema se deve principalmente à má distribuição de vacinas pelo Ministério da Saúde, e não à gestão de estados e municípios.
O Ministério da Saúde anunciou a distribuição de 3,17 milhões de doses no mês passado, mas ainda não há registros de novas remessas em outubro. Desde abril, foram adquiridas 12 milhões de doses de vacinas monovalentes atualizadas. No entanto, parte desses lotes ainda aguarda liberação da Anvisa para distribuição.
Além da Covid-19, outros imunizantes também estão em falta em muitos municípios. Segundo a Confederação Nacional de Municípios (CNM), 65% das cidades relataram a ausência de vacinas para pelo menos uma doença. Contudo, o coronavírus continua sendo a maior preocupação devido ao impacto social da chamada “Covid longa”, que pode causar complicações como trombose, doenças cardiovasculares e depressão, mesmo após quadros leves.
Em resposta, o Ministério da Saúde afirmou que já finalizou o pregão para a compra de mais 60 milhões de doses de vacinas contra variantes atualizadas da Covid-19. O órgão também ressaltou que investiu R$ 58 milhões em campanhas publicitárias para conscientização da população sobre a importância da vacinação desde 2023, embora não tenha especificado os valores aplicados neste ano.