Subnotificação e Diagnóstico Tardio Agravam Risco de Trombose no Brasil

 Subnotificação e Diagnóstico Tardio Agravam Risco de Trombose no Brasil

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A trombose venosa se destaca como uma crescente preocupação no Brasil, ocupando a terceira posição entre as principais causas de morte cardiovascular no país. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) e do Ministério da Saúde, entre janeiro de 2012 e agosto de 2023, mais de 489 mil brasileiros foram internados devido a complicações relacionadas à trombose venosa. O subdiagnóstico e a falta de notificação adequada agravam o cenário, dificultando a detecção precoce e o tratamento eficaz da condição.

Em 2023, a média diária de internações por trombose chegou a 165 pessoas. Em resposta a esses números alarmantes, o Dia Mundial da Trombose, celebrado em 13 de outubro, tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento dessa condição, muitas vezes silenciosa.

“O dia é fundamental, pois a trombose pode passar despercebida, mas suas consequências podem ser fatais. Pacientes e médicos precisam estar atentos aos sinais”, alerta o Dr. Fábio do Espírito Santo, cirurgião vascular da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo. Ele destaca que sintomas como inchaço, dor em uma perna, vermelhidão, calor na pele e sensibilidade ao toque podem ser indicativos de trombose venosa.

A trombose venosa ocorre quando coágulos de sangue se formam nas veias, frequentemente nas pernas, podendo provocar complicações graves, como a embolia pulmonar – uma condição potencialmente letal. A região Sudeste concentra a maior parte das internações, com o estado de São Paulo liderando os casos. Em 2019, o Brasil registrou 45.216 internações por trombose venosa, o número mais elevado da última década.

O que é trombose venosa?

A trombose é caracterizada pela formação de um coágulo (trombo) em uma veia, bloqueando o fluxo sanguíneo. A complicação mais temida é a embolia pulmonar, quando o coágulo se desloca para os pulmões. Outro tipo de trombose, menos comum, é a arterial, que obstrui as artérias e pode levar a complicações como infarto, AVC e amputações.

Segundo a SBACV, a trombose venosa afeta, em média, 60 pessoas a cada 100 mil habitantes anualmente, sendo mais comum nos membros inferiores. Quando um coágulo se desprende, ele pode migrar para os pulmões e desencadear embolia pulmonar, com risco elevado de morte.

Fatores de risco

Alguns fatores aumentam o risco de desenvolver trombose venosa, incluindo:

  • Imobilidade prolongada (pós-cirurgias ou longas viagens)
  • Histórico familiar de trombose
  • Sedentarismo
  • Uso de anticoncepcionais hormonais
  • Tabagismo e consumo de álcool
  • Colesterol elevado
  • Obesidade e idade avançada
  • Doenças crônicas, como câncer ou doenças cardiovasculares
  • Desidratação

Prevenção

Para prevenir a trombose, algumas medidas são recomendadas:

  • Exercícios físicos regulares: a prática de atividade física é essencial, especialmente após cirurgias ou durante viagens longas.
  • Hidratação: manter-se hidratado ajuda a evitar a formação de coágulos.
  • Evitar o tabagismo: o cigarro aumenta o risco de trombose.
  • Uso de meias de compressão: recomendadas para pacientes de alto risco, especialmente em viagens longas.
  • Consulta médica: em casos de fatores de risco, o uso de anticoagulantes pode ser indicado.

“A prevenção pode ser simples, como manter um estilo de vida ativo, controlar o peso e evitar períodos prolongados de imobilidade. Entre as mulheres, o uso de anticoncepcionais e o tabagismo são fatores de risco significativos, principalmente durante a vida reprodutiva”, destaca o Dr. Fábio.

A conscientização sobre a trombose é essencial para reduzir o número de internações e, sobretudo, prevenir casos fatais. A mensagem dos especialistas é clara: atenção aos sintomas e medidas preventivas podem salvar vidas.

Redação

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