Obesidade: como a síndrome metabólica alimenta a inflamação crônica no corpo

 Obesidade: como a síndrome metabólica alimenta a inflamação crônica no corpo

imagem ilustrativa

A obesidade, considerada uma epidemia global pela Organização Mundial da Saúde (OMS), representa um dos maiores desafios de saúde pública na atualidade. Dados recentes apontam que a desregulação do sistema metabólico, central no controle de energia e peso corporal, tem papel fundamental no desenvolvimento do sobrepeso e da obesidade. Essa disfunção não só afeta o acúmulo de gordura como pode desencadear um estado crônico de inflamação no corpo, contribuindo para o surgimento de diversas doenças.

De acordo com um estudo publicado na revista The Lancet, realizado em parceria com a OMS, as taxas de obesidade dobraram entre os adultos e quadruplicaram entre crianças e adolescentes entre 1990 e 2022. Na América Latina, o Brasil figura em posições alarmantes: 70º lugar em obesidade entre mulheres e 54º entre crianças e adolescentes, conforme o relatório Atlas Mundial da Obesidade 2024.

“A avaliação do sobrepeso e da obesidade deve ir além da simples análise de peso corporal. É fundamental olhar o quadro metabólico completo para uma abordagem mais eficaz,” afirma a Dra. Alessandra Rascovski, endocrinologista e diretora clínica da Atma Soma. Segundo a especialista, o sistema metabólico envolve uma complexa rede de hormônios e órgãos que regulam o uso e armazenamento de energia. Quando essa rede está em desequilíbrio, pode levar ao acúmulo excessivo de gordura e a inflamação crônica.

A modernidade e a epidemia do sobrepeso

O estilo de vida moderno é um dos principais fatores que impulsionam a epidemia da obesidade. O aumento do consumo de alimentos ultraprocessados, ricos em gordura e açúcar, aliado à redução da atividade física, é um dos maiores vilões desse cenário. “Há uma forte correlação entre as mudanças nos hábitos alimentares, o tempo gasto em atividades sedentárias, como longas jornadas de trabalho e o uso excessivo de dispositivos eletrônicos, e o aumento do peso corporal. Isso tem levado à desregulação do sistema metabólico”, aponta a Dra. Rascovski.

Ela destaca ainda que a prevenção da obesidade requer uma abordagem multifacetada. “Educação nutricional, incentivo à prática regular de atividades físicas e a realização de check-ups são passos essenciais. O tratamento também se torna mais eficaz com o uso da medicina multiômica, que utiliza dados genéticos e bioquímicos individuais para personalizar o cuidado médico, atendendo às necessidades únicas de cada paciente,” complementa.

Redação

Relacionado

Ops, você não pode copiar isto!