Risco de complicações por coronavírus já aumenta aos 50 anos, diz grande estudo

 Risco de complicações por coronavírus já aumenta aos 50 anos, diz grande estudo

Um estudo que analisou 70.117 casos confirmados do novo coronavírus na China e outros 689 de pessoas retiradas de Wuhan aponta que a proporção de mortes por casos confirmados de Coronavírus foi recalculada em menos da metade da que vinha sendo prevista por estudos anteriores: em vez de 3,67%, a taxa de letalidade é de 1,38%.

O trabalho, publicado na revista científica britânica The Lancet, mostra também que o risco de complicações pelo contágio com o novo Coronavírus sobe drasticamente com a idade, ficando mais sério a partir dos 50 anos.

Ainda assim, os cálculos de letalidade para os mais velhos ficam bem abaixo dos feitos até agora. Entre os maiores de 80 anos, a porcentagem de mortes por caso confirmado é de cerca de 13% e cai para cerca de 8% quando se consideram todos os infectados (parte dos quais não é testada).

Segundo a revista, este é o primeiro estudo a fazer uma análise ampla dos casos registrados na China. Os pesquisadores fazem parte do centro de estudos de epidemias do Imperial College.

Com base em estimativas sobre o número de pessoas que contrai o vírus (maior que o de casos confirmados), o estudo também calculou a taxa de letalidade por casos de infecção.

Os valores médios obtidos são menores que os de outras epidemias causadas por coronavírus, como a de Sars, em 2002 (9,6%) e a de Mers ,em 2012 (34,4%), mas maiores que os da epidemia de influenza H1N1 em 2009 (0,2%) ou da gripe comum (0,13%).

Segundo os pesquisadores, uma das explicações para que trabalhos anteriores tenham encontrado taxa maior de morte por casos confirmados é que as políticas de testagem estavam priorizando casos mais graves, que chegavam aos hospitais.

O estudo, publicado na revista Lancet, pondera os cálculos tanto pela probabilidade de infecção pela doença quanto pela composição demográfica da região estudada.

Os cientistas consideram também que a probabilidade de contrair o vírus é constante em todas as faixas etárias, como acontece com outros coronavírus já estudados.

Outro ponto ressaltado por eles é que, no caso de doenças novas, as estimativas de letalidade tendem a ser superestimadas. No médio e longo prazo, conforme são feitos mais testes e estudos aleatórios, ela costuma ser revista para baixo.

O trabalho alerta para o fato de que o nível de casos graves ou mortalidade entre os menores de 20 anos é muito baixo: “Testes serológicos nessa faixa etária serão cruciais para entender como eles podem estar transmitindo a doença”.

Fonte: Folhapress

Redação

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