Pesquisa aponta desigualdade na distribuição de recursos para candidatos negros e brancos

 Pesquisa aponta desigualdade na distribuição de recursos para candidatos negros e brancos

Levantamento sobre as eleições de 2018, do Volt Data Lab, agência independente de jornalismo que produz relatórios com base em dados para projetos de mídia, mostra que, em média, um candidato a deputado federal branco recebeu R$ 150 mil do fundo especial eleitoral enquanto que um candidato negro recebeu, em média, R$ 44 mil.

A disparidade também é encontrada entre as candidatas mulheres. Uma mulher branca recebeu em média R$ 104 mil do fundo especial enquanto uma candidata negra recebeu R$ 40 mil.

A agência fez o cruzamento dos dados, que foram fornecidos pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Na Câmara dos Deputados, 125 candidatos que se auto-declararam pardos ou negros foram eleitos, um pequeno aumento de 5% em relação ao pleito de 2014, quando havia 103. Na Câmara de 2018, eles serão pouco menos de 25% da Casa, que será majoritariamente ocupada por brancos, 75%.

A baixa participação de negros e pardos também foi registrada na hora de concorrer. De acordo com dados do TSE, foram 876 candidaturas de negros e pardos nas eleições para deputado federal em 2018, num universo de mais de 8 mil candidatos, ou seja, pouco mais de 10% dos candidatos e candidatas.

Esses números destoam da proporção racial e étnica no Brasil. Segundo dados do IBGE de 2016, brancos representavam 44,2% da população brasileira; enquanto os pardos eram a maior parte da população, 46,7%; e os pretos, 8,2%.

A distribuição do fundo especial e partidário foi feita por direções partidárias. Para Derson Maia, co-presidente da Frente Favela Brasil e que foi candidato a deputado federal pelo Distrito Federal nesta última eleição, isso é determinante para que as candidaturas negras sejam menos favorecidas na hora da distribuição desses recursos, mesmo em partidos progressistas.

Mas para Maia, além da criação do partido é necessário que os negros estejam dentro das estruturas das executivas estaduais ou nacionais para que a distribuição de recursos partidários seja cada vez menos desigual entre brancos e negros.

A Frente Favela Brasil é um partido criado em 2016 que atualmente está buscando assinaturas para se registrar no TSE. Dentre suas propostas está a de lutar pelo protagonismo e reconhecimento da dignidade da pessoa negra.

Fonte: Agência Brasil

Redação

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