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Políticas raciais encontram dificuldades para avançar
O racismo se impõe através dos atos cometidos e a falta de políticas públicas para assistir a população do país. O país não consegue coibir e articular avanços sobre o racismo institucional e aos atos e manifestações de intolerância, preconceito e ódio por conta da cor e da raça. “Barretos é considerada uma cidade conservadora e automaticamente replica os discursos de diminuição de direitos. Temos uma dificuldade muito grande em avançar com algumas questões junto ao Poder Público.” – destaca o conselheiro Igor Pereira dos Santos.
Integrante do COMIR (Conselho Municipal da Igualdade Racial), Santos revela que a batalha contra o preconceito em Barretos é grande, pois o município é reflexo do cenário nacional impedindo os cidadãos a terem acesso aos direitos efetivados. “O racismo tem seu lado velado e obscuro, como a recusa numa entrevista de emprego porque usa o cabelo black power ou o bairro que mora.” – ressalta.
Política
Santos explica que o entendimento do Estado mínimo defendido pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) é presente para a população negra desde a abolição da escravatura. “[Naquela época] o negro foi impedido da compra ou posse da terra. E com o passar do tempo era preso por não possuir um ofício.”
Cotas
“As cotas raciais são forma de reparação entre as quais, a população negra não podia ter acesso ao ensino, gerando desigualdades.” – aponta Santos. Depois de mais de 15 anos desde as primeiras experiências de ações afirmativas no ensino superior, o percentual de pretos e pardos que concluíram a graduação cresceu de 2,2%, em 2000, para 9,3% em 2017.
Em 2011, do total de 8 milhões de matrículas, 11% foram feitas por alunos pretos ou pardos. Em 2016, ano do último Censo, o percentual de negros matriculados subiu para 30%.
Impedimentos
Para Santos, os negros estão ligados à uma auto afirmação cultural. “Quando você escuta uma música ou se manifesta através de uma estética e atravessa alguns espaços, o negro “ofende” o sistema. O preconceito se revela também na proteção do patrimônio quando o policial ou o segurança aborda o negro e indica que lá não é lugar dele.” – ressalta. De acordo com Santos, os negros acabam tendo que se preservar para não sofrer uma violência das autoridades que deveriam protegê-los. O racismo tem se concretizado no impedimento do acesso do negro aos direitos assegurados.
Fonte: Igor Sorente/ Seven Press