O poder dos influenciadores digitais
Esqueça a imagem da adolescente bonita, na frente do espelho, tirando selfies em produções estilosas de moda para ser considerada influenciadora digital. Os novos influenciadores digitais, aliás, quase nem falam mais de moda. Eles possuem de 25 a 45 anos e aborda temas como cultura, maternidade, cotidiano feminino, moda ativista, direitos humanos e até política. Hoje os influenciadores digitais já são uma realidade e ajudam a influenciar milhares de outras por meio da internet. São os influenciadores digitais. Oficialmente, já são 7500 influenciadores digitais catalogados no Brasil. Estima-se que esse número chegue a 200 mil, sendo a grande maioria de mulheres, 66% abrigados em perfis de até 10 mil seguidores.
Mas por que esse fenômeno cresce tão rápido? Segundo levantamento feito pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) com internautas que realizaram alguma compra on-line nos últimos 12 meses mostra que no geral, a internet é o meio preferido de 62% dos internautas na hora de fazer compras, enquanto 36% ainda preferem as lojas físicas.
A impulsividade atinge parte considerável dos internautas. Quase 41% em cada dez entrevistados admite que nem sempre planeja suas compras online. 23% são tentados pelo desejo de consumo na maior parte das vezes e 18% pelo senso de oportunidade, deste montante ainda 28% são motivados a fazerem compras por conta dos influenciadores digitais.
Como reconhecer os influenciadores digitais
Para reconhecer influenciadores digitais é preciso analisar seu comprometimento, se o conteúdo é de qualidade, se existe frequência na publicação e o impacto que as postagens possuem. Eles não têm um perfil pré-determinado, fazem parte de diferentes grupos, não importando o poder aquisitivo, a etnia ou a localização. Não estão apenas no eixo Rio-São Paulo e produzem conteúdo a partir dos rincões mais distantes dos centros econômicos e culturais.
Outra característica é o público-alvo. Em sua grande maioria eles atendem uma audiência específica – construída a partir da afinidade entre os gostos e hábitos – e sabe a melhor linguagem para se comunicar com ela.
O que determina os influenciadores digitais não é exatamente a quantidade de seguidores que eles têm, mas se eles são reconhecidos pelo trabalho que fazem, pelo poder de influência que tem. Números de curtidas em páginas do Facebook podem ser comprados, números de pageviews do blog ou de qualquer outra plataforma podem ser fabricados.
Observe o engajamento das comunidades dos influenciadores. Esse envolvimento dos fãs pode ser medido por meio do número e qualidade dos comentários, quantidade de compartilhamentos e marcações. Ou seja, como as pessoas interagem com os canais dele.
Profissionalizar-se é preciso
Foi o que percebeu a jornalista e especialista em imagem Dani Almeida. Ao estudar marketing digital, ela resolveu criar o perfil @opoderdaimagem. Em pouco mais de um ano e meio, seu perfil no Instagram e Youtube reunem 100 mil seguidores cada. O diferencial de suas redes é o alto engajamento da comunidade.
“Percebi que, com técnicas de comunicação e de marketing digital, era possível crescer rápido e com ética. Principalmente quando comecei, infelizmente, muita gente comprava seguidores e isso queimava o nome “influenciador digital”. Percebi que eu poderia ensinar o meu método para outras pessoas e ajudar a profissionalizar esse mercado”.
Assim Dani desenvolveu alguns cursos (https://opoderdaimagem.net.br/cursos/) para auxiliar quem quer ter esta nova carreira. Com menos de um ano de criação os cursos já possuem mais de mil alunos.
Quanto é possível ganhar como influenciador?
Segundo Dani, um micro influenciador pode começar ganhando entre R$ 2 mil e R$ 10mil por mês. Tudo depende da performance e da capacidade empreendedora do influenciador, claro.
Recentemente, a revista Forbes divulgou que um grande influenciador no Brasil ganha, em geral, entre R$ 50 mil e R$ 150 mil por campanha no YouTube, onde estão os maiores faturamentos. A campanha pode incluir, além de menção em vídeo, posts nas redes sociais.
Mas nem só de publicidade nas redes sociais (o publipost) vivem os influenciadores. A microinfluenciadora Paula Barone, do Instagram @superdicasdapaula_ que reúne atualmente 35,4 mil seguidores, fatura de R$ 3 a R$ 4 mil por mês, com serviços de consultoria e social mídia (administração de redes sociais). Publicitária com passagem por grandes empresas, há quase um ano ela decidiu apostar na carreira de maneira profissional e já rentabiliza há cinco meses.“Foram uns seis meses estruturando minha carreira e meu negócio. Agora, a intenção é crescer esse faturamento. Já tenho mais 2 projetos em vias de fechar.”
Já Renata Foresti do @renataforesti, possui menos de 10 mil mas um grande nível de engajamento. Como ela foi dona de uma rede de varejo, rentabiliza como RP, além de modelo nos publiposts. Já está organizando eventos para grandes marcas, aluga espaços em Brasília etc. Seu investimento inicial foi o curso http://influenciadoradesucesso.com.br/ da Dani Almeida, e o serviço de mentoria totalizando um valor de R$ 7.000,00. Ela já recuperou este montante investido e hoje rentabiliza mais de R$ 10.000 por mês
Segundo Dani, elas criaram este grande nível de engajamento porque conversam com seu público e criaram um senso de comunidade. “O sentimento de comunidade é o que fez o homem progredir como animal e sobreviver tantos anos no planeta. O influenciador que consegue construir esse sentimento de comunidade nas suas redes sociais é o que mais consegue crescer e progredir. Nesse sentido, importante ter um nicho bem definido e claro, conversar com a audiência, este é o grande diferencial.” – finaliza Dani.