Discussões acaloradas sobre aumento de subsídios mobilizam vereadores em Barretos
Vulnerabilidade da população negra é tema de aula pública na praça
A vulnerabilidade da população negra foi o tema central de aula pública ministrada pela professora Rosângela de Jesus, na tarde de 7 de setembro, na Praça Francisco Barreto, em Barretos (SP), durante o Grito dos Excluídos e da Democracia, promovido por várias entidades e movimentos sociais. A profissional de saúde destacou que o racismo aumenta os casos de doenças mentais, depressão e diminui a autoestima. “O transtorno mental é mais frequente nesta população.” – disse.
Explicou que a população negra adoece de hipertensão arterial e sofre riscos maiores de insuficiência renal e câncer. Outro problema apontado foram os miomas uterinos, que levam as mulheres à infertilidade. “Isso é negligenciado pelo serviço de saúde.” – enfatizou. Apontou que é alto o índice de gravidez nas adolescentes negras. E denunciou o racismo institucional.
Segundo Rosângela de Jesus, o SUS (Sistema Único de Saúde) não promove os princípios da Lei 8.080, de 1990, que determina a universalidade no atendimento. “É a garantia de acesso ao serviço para toda população que o negro não tem segundo alguns indicadores apontam.” – frisou.
De acordo com a profissional de saúde, a integralidade não chega à população negra no município. O conjunto articulado e contínuo de ações e serviços preventivos, curativos, individuais ou coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade não acontece, observou. Deveria haver ainda ações de promoção, proteção e recuperação da saúde.
Rosângela de Jesus afirmou que também não chega para a população negra a equidade, a justiça social e a diminuição das desigualdades. “É preciso tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior.” – sustentou. Para ela, no serviço público, anônimos não tem o mesmo privilégio no atendimento à saúde como os conhecidos, amigos e autoridades.